terça-feira, 19 de novembro de 2013

GTA... de novo.



Por onde começar a falar sobre GTA V? Alguém não sabe do que se trata? Um dos maiores franshises de games de todos os tempos fez um bilhão de dólares em vendas com apenas três dias. Um jogo que estava sendo muito esperado, mas não por mim. Sempre curti e joguei os GTAs, me dirvirto mas não me empolgo muito. É bom, mas não muda a minha vida, é apenas mais um jogo. Claro respeito muito sua importância afinal é o pai dos jogos de mundo aberto modernos. E por isso mesmo todos esperavam algo mais desse novo GTA que sai as vésperas de uma nova geração. Após termos visto tantos outros jogos com essa dinâmica do mundo aberto, porém em outros cenários e com novas mecânicas, já não é mais tão fácil deslumbrar um jogador calejado apenas com um mundo aberto. Não vou mentir, eu achava que seria um mais do mesmo, porém com um tamanho descomunal, o que para mim já seria bem satisfatório. De certo modo não me enganei. GTA V é gigante e bonito. Não tão bonito quanto me fizeram acreditar, mas bonito. Uma coisa é certa, dirigir/pilotar veículos é o MELHOR que GTA faz e faz MUITO bem. Eu ficaria muito feliz se houvesse um GTA estilo velozes e furiosos que só focasse em torno de carros, “tunagem”, corridas e gangues. Mas não foi dessa vez. Nesse capítulo GTA investiu nas “Heists” os “grandes roubos”. Que dão um toque diferencial as missões, tornando-as únicas em algum aspecto. A história também vem com a força de 3 protagonistas e a troca de personagens, o que é uma idéia legal e funciona bem pra te deixar preso ao jogo. Porém na prática não funciona tão bem, pois se você trocar de personagem em uma hora “errada” o jogo te pune fazendo você perder cenas de história e até mesmo bugando missões. Mas é um pequeno preço a pagar por um jogo tão grande.


Porém não é seu único problema. O que eu vou fazer basicamente aqui hoje é falar mal de GTA. Por que assim, review falando bem não falta por aí. Por que o jogo é bom e incrível, todo mundo sabe. Mas por que ele não é tão bom assim? Pois quando um jogo é bom aí mesmo que percebemos suas falhas, pois queremos jogar mais apesar delas e gostaríamos MUITO que elas não estivessem lá, mas estão. Começando pela mecânica mais básica depois de dirigir, atirar. O cover based shooting de GTA continua ruim. Muito similar a como era no GTA4. Achei que essa fosse ser certamente uma das mecânicas melhoradas no jogo, principalmente depois deles terem trabalhado no Max Payne 3. Mas parece que não evoluiu. O personagem continua lento, com muitos botões pra se apertar, a mira nunca tem um zoom muito bom, o cover não funciona bem, com o personagem sempre ficando exposto, enfim, você tem que jogar e se acostumar com isso e levar isso em consideração sempre. Em dado momento estava tão complicado o negócio que até optei pelo modo de mira com lock-on ao invés do free aim. Mas jogar com lock-on tira grande parte da graça de um tiroteio. então me forcei a me acostumar e procurei sempre ter coletes e estar armado até os dentes pra sobreviver a um sistema de tiro tão deficiente. 


Pensar que Sleeping Dogs que saiu mais de um ano antes tinha um sistema de luta e combos à lá Arkham City que se integrava perfeitamente a uma boa mecânica de cover based shooting e de shoot and drive! Dos jogos de mundo aberto acho que foi o que melhor utilizou e integrou dinamicas de combate, tiro e dirigibilidade. Aliás depois de terminar GTA até senti saudade de Sleeping Dogs. Daí vem outra crítica. GTA é imenso e cheio de coisinhas irrelevantes pra fazer. Nada contra enriquecer o mundo do jogo, mas acho que isso deve ser feito em segundo plano DEPOIS das mecânicas principais estarem bem feitas. Ou seja, eu não quero um jogo de máfia onde eu possa jogar golf ou tênis. Eu quero um jogo de máfia onde o tiroteio seja bom antes de mais nada! E depois, se der, que eu possa jogar golf ou tênis. Que a propósito são esportes que eu abomino e nunca joguei uma partida de nenhum no jogo. Outra coisa é, se for adicionar algo que seja relevante. tênis e golf não são e são praticamente outro jogo inserido no GTA, enquanto isso eles também resolveram implementar um cachorro no jogo. Seria uma adição legal, porem coitado, foi muito mal implementado, sem propósito, mal da pra interagir com ele. Foi um desperdício.



Mas pixando tanto o jogo assim parece até que eu não gostei. Não é isso, gostei e MUITO. Ainda mais depois de conseguir me acostumar e pegar o jeito. E falando em gostar poderia escrever algo aparte para o GTA Online. Pois esse é O jogo! Multiplayer com 16 cabeças no mundo aberto de Los Santos com os amigos é incrível. Não sou de jogar online mas comprei até headset pra jogar GTAO e não me arrependo em nada! Já coloquei mais horas no online que na história, sem falar que o online tem uma linha de história também. Bem simplória mas tem. GTA Online é um caso de amor a parte, o jogo simplesmente torna qualquer outra experiência online desinteressante e obsoleta.   


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Por que o ódio do Batman?



O clima ficou tenso quando a Rocksteady passou a bola do desenvolvimento do “próximo jogo da franquia Arkham” para a WB Games. Muitos olhares tortos e sobrancelhas levantadas. No decorrer da produção desse jogo comecei a entender o que eles estavam fazendo. Utilizando a estratégia da Ubisoft de “ordenhar” uma franquia ao máximo. A WB Games, distribuidora(publisher) colocou seu recém criado estúdio próprio de desenvolvimento para trabalhar em um jogo praticamente pronto, todo pautado nas mecânicas do anterior com poucas alterações, Enquanto a Rocksteady já se ocupava de trabalhar na verdadeira continuação, o Batman da próxima geração. Muito esperto. E devo dizer, não sou contra isso. Muitas vezes uma continuação demora em torno de 3 anos pra ficar pronta, se esse tipo de manobra traz um novo jogo em 1 ano, mesmo que ele não tenha um avanço significativo com relação ao anterior, se o jogo já era bom, é válido. Então eu realmente não criei grandes espectativas pra esse jogo. Esperava que fosse apenas mais do mesmo. Porem Arkham Origins me surpreendeu positivamente. Fiquei até indignado em ver tantos reviews negativos por aí. Como um jogo que melhora pouco, mas melhora, em cima de um jogo que foi considerado jogo do ano, pode receber notas ruins? 


Bom, vamos finalmente entrar no mérito da coisa. Origins é mais do mesmo. É delicioso voltar a “ser” o Batman, revisitar essa sensação, esse mundo e personagens ricos. Mas o que o Origins trás de novidade boa? Em cima de um sistema de combate que virou referência ele conseguiu com uma adição simples trazer uma profundidade que revitaliza o jogo. Os adversários ninjas que agora podem fazer counter no Batman. Parece uma besteirinha, mas adiciona uma pimentinha que faz diferença. Quem jogou os anteriores sabe como ser fantástico sendo o Batman. Os primeiros adversários são nocauteados sem problemas no jogo. É tão fácil que vc até pensa.. “puts de novo isso? será que vou ficar entretido fazendo de novo algo que já fiz tanto nos anteriores?” E quando aparecem esses inimigos que trazem essa nova mecânica é um sopro de vida no jogo que revitaliza o seu interesse. Adversários melhores que você precisa superar. Outra pequena mudança que achei que coopera para um refinamento do combate é o fato de você agora precisar apertar o counter duas vezes se dois inimigos estiverem te atacando simultaneamente. Isso é bom pois coloca você, jogador, mais no comando, deixando a coisa menos no automático.


Além disso a premissa simplória da trama faz parecer bobo o enredo, porém o desenrolar vai te puxando, não deixando nada a desejar em comparação aos anteriores. Novos Vilões vão surgindo em um ritmo bom, trazendo variedade e mais coisas pra fazer. Também é interessante ver a progressão de certos personagens secundários na franquia, como por exemplo a Barbara Gordon e o Charada, que ainda nem tinha esse “apelido” e tem puzzles muito simplórios comparados ao Arkham City. 


E para finalizar no lado positivo da balança a revisão visual do design do jogo. Eu nunca curti o estilo dos Arkham anteriores. Eu e meus amigos inclusive chamávamos de Gears of Batman por conta do tipo físico semelhante, Batman cabecinha, bíceps maior que a cabeça. Consegui curtir os jogos APESAR disso. Porém no Origins isso foi “corrigido”. A mudança no visual do jogo foi um dos fatores que mais me empolgou pra retornar a franquia. Curti MUITO esse novo Batman, pra começar pela proporção correta! A cara dele melhorou! Eu achava a cara dele meio de bunda nos anteriores. A armadura ficou muito foda e faz muito mais sentido parecer uma armadura com volume. Não aguentava o fato de quando a roupa dele rasgava logo abaixo da roupa ter a pele dele como se fosse collant mesmo. Enfim, não só ele melhorou, outros personagens também tiveram redesigns muito bacanas. Deathstroke, KillerCroc, Joker, todos estão muito estilosos. Outras pequenas mudanças também contribuem pra umas experiência mais agradável, como por exemplo a “pose” que ele faz quando você aperta o botão de contra-ataque, parece uma pose marcial de defesa mesmo mais do que a pose ridícula dos antigos. 


Mas Origins não é só flores. Uma das pioras no jogo está relacionado também ao combate. Com a adição de pequenas mudança que colocam o controle do batman mais na sua mão, também vem problemas de imprecisão. Enquanto no anterior um único botão apertado fazia você dar counter em até três inimigos, nesse é preciso sempre apertar o botão. O que pode não ser preciso as vezes. Você também tem que mirar melhor seus golpes, se o Batman ainda não tiver entrado no free flow é possível que você perca o combo por dar um golpe no ar em ninguém, enquanto vc achava que ele deveria ter dado aquele pulão e acertado um cara mais distante. Dentre essas pequenas falhas de precisão temos as quickfire gadgets errando alvo, bat-claw que não pega em ninguém, o que é ruim por um lado, pois não basta só apertar o comando, mas bom pois te dá mais controle, você precisa direcionar os ataques, embora não seja sempre preciso o controle. A cidade do jogo também cresceu, agora é o dobro de antes. É de um bom tamanho, mas quando você se pega comparando com outros jogos de mundo aberto recentes como AC4 e GTA5 o Batman é ridículo de ínfimo. Porém não senti necessidade alguma de que ela fosse maior.


Mas ainda relacionado ao combate outro problema se encontra no nível de dificuldade desbalanceado. Como mandei bem nos anteriores, comecei o Origins no HARD. Também notei nas opções que desligar os prompts de counter agora era uma opção aparte, diferente dos anteriores que era parte do modo hard desligar os prompts. A questão é que em pouco tempo me senti um Batman deficiente! Não estava mandando bem, mas fui insistindo até o primeiro chefe que se provou IMPOSSÍVEL de passar! nesse tempo jogando no hard pude analisar o que me foi desgostoso nesse modo, por que sentia que havia alguma coisa de errado. O fato é que no hard, os inimigos parecem mais rápidos, ou o Batman mais lento, e os golpes deles parecem ter prioridade sobre os seus. Isso pode ser decorrente de outra coisa que percebi. Parece que nesse modo toda a animação dos seus movimentos precisa ser completada. 


Ou seja, todos os seus movimentos precisam não só ser muito precisos mas também muito bem planejados com muita antecedência! Se no normal você da 3 socos em um inimigo e outro ta vindo por trás, vc faz o counter após o terceiro soco no último instante, fazendo quase que o final da animação do soco e do início do counter se sobrepujarem, já no hard você não é tão rápido e a animação do ultimo soco não vai ser sobreposta pelo counter, a animação vai até o fim e qdo o Batman estiver se movendo para o counter será tarde demais e você terá levado o golpe. Então no hard ao ver um inimigo se aproximando por trás, você não da um combo de 3 golpes em outro cara, você vai dar 1 só e já se preparar para o counter, quem sabe, com muita ousadia arriscar 2 golpes. Enfim, a questão é que essa lerdeza torna o combate IMPOSSÍVEL quando surgem multiplos inimigos e um deles é grande, que era o caso do primeiro chefe. Enfim comecei de novo no normal com os prompts desligados. É uma dificuldade justa. Voltei a ser incrível com o Batman. 



Um detalhe a parte, a luta contra o Deathstroke sem prompt foi extremamente tensa, desafiadora e deliciosa de se jogar e extremamente satisfatória ao se vencer. Só acho uma pena que o MELHOR tenha sido posto tão no início do jogo. E por fim vou apenas colocar minha indignação com os reviews ruins, pois esse jogo fez mais pela franquia Arkham do que qualquer continuação de Assassins Creed fez pelo seu combate! Em 6 jogos AC nunca teve uma mudança significativa no combate como Arkham Origins. Tenho dito! E fica a dica aí pro próximo AC ter essa mecânica de counter de counters que vale a pena copiar!